venerdì 5 settembre 2025

Anaide Beiriz tradotta da Emilio Capaccio

Anaíde Beiriz (1905-1930)

NȂO! EU NȂO HEI DE CHORAR

Não! Eu não hei de chorar
tu me conheces bem pouco.
Dizes que procurarás me esquecer
desafio-te que o consigas.
as marcas das minhas carícias não foram feitas pra desaparecer facilmente.
Mil outros lábios que se encrustarem na tua boca,
não arrancarão de lá a lembrança minha.
Apraza-te que eu guarde meus beijos?
Guardá-los-ei, por enquanto...
Advirto-te, porém, que beijos são como vinhos raros
quanto mais velhos, melhor embriagam...
E tu, que fizestes pra mim muito mais desejada
porque tenho que te arrancar do domínio de outra mulher?
Tens medo do meu amor?
O meu amor é impulsivo, é torturante, é estranho, é infernal.
Ouve contudo o que te digo:
hás de experimentá-lo ainda uma vez...
então veremos, quem de nós dois chorará.


Traduzione di Emilio Capaccio

No! io non dovrò piangere
tu mi conosci poco.
Dici che cercherai di dimenticarmi
sfido che ci riuscirai.
I segni delle mie carezze non sono fatti per svanire facilmente.
Mille altre labbra che s’incrosteranno sulla tua bocca,
non strapperanno da lì il mio ricordo.
Vuoi che conservi i miei baci?
Li conserverò per ora ...
Ti avverto, però, che i baci sono come vini rari
più invecchiano, meglio t’ubriacano...
E tu, che mi hai resa molto più desiderata
perché devo strapparti dal dominio di un’altra?
Hai paura del mio amore?
Il mio amore è impulsivo, tormentoso, strano, infernale.
Ascolta però ciò che ti dico:
dovrai sperimentarlo ancora una volta...
allora vedremo chi di noi piangerà.

Nessun commento:

Posta un commento