Anaíde Beiriz (1905-1930)
NȂO! EU NȂO HEI DE CHORAR
Não! Eu não hei de chorar
tu me conheces bem pouco.
Dizes que procurarás me esquecer
desafio-te que o consigas.
as marcas das minhas carícias não foram feitas pra desaparecer facilmente.
Mil outros lábios que se encrustarem na tua boca,
não arrancarão de lá a lembrança minha.
Apraza-te que eu guarde meus beijos?
Guardá-los-ei, por enquanto...
Advirto-te, porém, que beijos são como vinhos raros
quanto mais velhos, melhor embriagam...
E tu, que fizestes pra mim muito mais desejada
porque tenho que te arrancar do domínio de outra mulher?
Tens medo do meu amor?
O meu amor é impulsivo, é torturante, é estranho, é infernal.
Ouve contudo o que te digo:
hás de experimentá-lo ainda uma vez...
então veremos, quem de nós dois chorará.
Traduzione di Emilio Capaccio
No! io non dovrò piangere
Dici che cercherai di dimenticarmi
sfido che ci riuscirai.
I segni delle mie carezze non sono fatti per svanire facilmente.
Mille altre labbra che s’incrosteranno sulla tua bocca,
non strapperanno da lì il mio ricordo.
Vuoi che conservi i miei baci?
Li conserverò per ora ...
Ti avverto, però, che i baci sono come vini rari
più invecchiano, meglio t’ubriacano...
E tu, che mi hai resa molto più desiderata
perché devo strapparti dal dominio di un’altra?
Hai paura del mio amore?
Il mio amore è impulsivo, tormentoso, strano, infernale.
Ascolta però ciò che ti dico:
dovrai sperimentarlo ancora una volta...
allora vedremo chi di noi piangerà.
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